segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Retratos de um ser triste

Sempre gostei muito de tirar fotos. Tenho registrado milhões de momentos incríveis da minha vida, principalmente teatral. Minha infância também foi bastante registrada, graças a meu pai que tinha maior chamego por sua câmera fotográfica analógica Yashica. Por causa dele, tomei gosto em registrar tudo. Achava que, quando engravidasse, viveria tirando fotos da barriga, da mudança física contando mês a mês a gestação e tudo que envolve esse momento. Mas não! A minha tão esperada gravidez não está sendo nada do que imaginei. Não pelo processo da gravidez em si, que está tranquila e caminhando nos conformes, mas a minha vida nesse momento virou um caos só! E fui empurrando com a barriga, literalmente, algo que me era pra ser natural. Tenho de memórias fotográficas dessa fase teatral da minha vida de viagens, bastidores, cursos e espetáculos talvez mais de oito mil fotos em vários arquivos em disquete, cd, dvd, hd externo, fotos reveladas e afins. Da minha gravidez tenho apenas, no meu computador, dezoito fotos. Já estou entrando no sexto mês e é só esse o registro que tenho. Um monte de amigos fotógrafos querem me presentear com um ensaio de gestante, mas até pra isso ando com preguiça. Se não tivesse o fim do relacionamento entre tudo isso, talvez fosse diferente. Queria que minha filha tivesse mil registros de sua mãe grávida, mas não terá. Sua mãe está triste, se sentindo feia e mal amada. Tudo isso contribui para o sucesso de uma foto. E nem entro nos detalhes de tudo que terei que fazer pra chegada dela... e tudo sem ânimo algum.

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