segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Placebo

Vou parar por aqui. Deixarei que as palavras ecoem somente em minha mente. São tantas, tantas, que talvez o melhor seja fechar a vazão. Talvez o acúmulo de ideias tenha entupido a razão. Nada mais sai. Rabisquei uma, cinco, vinte, milhares de vezes durante dias... A repetição se tornou um aviso: isso não serve mais pra nada! Insistir em alimentar apenas o que não mais existe; a vontade de expurgar. Não adianta continuar a tomar o remédio, se o mesmo a doença não vai curar. Viajarei pra outro lugar, outro país, outro mundo e trarei novos relatos de um processo que continuará em aberto.

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

T. A. S.

 Já disse que te amo hoje? Sim, várias vezes. E meu amor por você só cresce... e dói te amar. Por vezes te olho e nem acredito que sou mãe, que sou sua mãe, e que você é toda minha. A vida ainda não me mostrou as dificuldades de ser mãe. Me canso, me estresso, perco horas de sono e várias vezes não tenho tempo nem de comer... Mas acho que tive sorte, pois foi e está sendo tudo lindo e suave. Você é linda, apesar de estar a cara do seu pai agora. Não canso de te admirar. Te amo, minha pequena. E nossa aventura continua...

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Doce Rotina

"A gente sempre acha que sabe das coisas, mas não sabemos é de nada!". Sempre repito essa frase desde que engravidei. Ainda não sei o que é ser mãe. Estou aprendendo. Tinha uma ideia, vendo minhas irmãs e mulheres ao meu redor. Uma ideia. A gente lê muita coisa, teorias, dicas, ouve conselhos, mas nada se compara! Queria poder escrever o que sinto em relação a isso, mas não dá. É impossível! Só sei sentir. De início é estranho. Tudo é estranho e desconectado. Aquela pessoa que depende vinte e quatro horas de você e você nem ao menos conhece. O primeiro dia de uma rotina de mãe é quase desesperador –"O que fazer agora? E depois? E amanhã?", eu me perguntava olhando pros lados. Detalhe: primeiro dia sozinha! Mas deu certo. Me fortaleci com isso.

Ontem foi um dia lindo. Dez horas de trabalho, juntas. No fim de tudo, a abracei fortemente e segurei o choro, de cansaço, de pena dela por ter ficado esse tempo todo naquela agitação e principalmente, de ter voltado a sentir a emoção de trabalhar com que amo. Teatro. Agradeci a ela por ter sido tão maravilhosa e compreensiva. Aquela será a nossa rotina dali por diante. Palco, bastidor, camarim. Juntas. A amei mais ainda. Ficamos grudadinhas o resto da noite.

Hoje não foi diferente: dia agitado. Eu, cansada, finalmente ia me deliciar com um prato de comida quentinho. Ela chora. Nem toco o prato e corro pra abraçá-la. Assim fico até ela se acalmar. A comida? Deixa pra depois! Ela é minha vida, ela é quem importa. E eu? Sou uma mãe boba que aprende dia a dia o real sentido da palavra amor. Amanhã acordaremos juntinhas pra iniciar mais um dia lindo.

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

ZzzzZ...

Aí você vai tirar um cochilo no meio do dia e quando acorda, o mundo tá mais estranho ainda.
#tenso

Um Tempinho

Muitas vezes quero dormir até mais tarde. Mas hoje despertei quase seis da manhã de uma quinta feira fria e não consigo mais voltar à cama. Não agora. Talvez mais tarde, para um cochilo. Teodora ainda dorme, linda e fofa.

Sobre a maternidade, sempre achei um pouco exagerado esse papo de você não ter tempo pra fazer nada quando se tem um bebê recém nascido. A verdade é que você não tem tempo mesmo! Aguardo Teodora dormir pra poder finalmente ter um tempinho pra mim, de me entregar à uma pratada de macarronada. São quase onze horas da noite. Preparo tudo rapidamente. Coloco no prato. Começo a comer. Ela acorda. Demoro uns minutos até largar o prato pela metade e ir ao seu encontro. Ela também quer comer. Dou o peito e penso no meu prato de macarronada esfriando em cima da mesa. Ela se sacia e me larga. Aguardo uns cinco minutos antes de me afastar. Volto ao meu macarrão e reflito sobre a vida.

São seis e quarenta da manhã dessa quinta feira. Ela está aqui no meu colo acompanhando a escrita. Tive que parar um tempinho pra poder  trazê-la para junto de mim. E parei novamente por conta de uma super golfada que ela deu à pouco sujando toda a sua roupa. E de tempinho em tempinho, o dia vai seguir.

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Búfalos

São Paulo, 1979, bairro Bom Retiro, um jovem cearense de 24 anos segura sua primogênita. Moravam em um cortiço localizado na rua Três Rios, em frente ao Teatro Taib.
Duas mentes geniosas, duas teimosias, dois cabeça dura, cada um querendo ter sua razão. Os embates foram muitos... e cessaram... e encontraram a paz... e a história continua... 


sábado, 12 de agosto de 2017

A Casa

Ah, esse lugar onde sempre foi o meu refúgio, esse lugar onde adoro estar, agora voltou a ter o meu cheiro. Quer dizer, agora tem o nosso cheiro. Três seres femininos: eu, Teodora e Filomena, a dog. Hora de voltar a habitar outros cômodos da casa. Hora de armar uma rede na sala para a nossa soneca. Hora de voltar a andar do jeito que viemos ao mundo. Liberdade. Privacidade.

Há um tempo atrás foi o lugar de dois corpos apaixonados... Depois, meses de um silêncio absoluto, apenas soluços quebravam a rotina estabelecida.  Solidão. Coisas encalhadas. Escuridão. A casa voltou a ter vida com a chegada de uma amiga. Aí veio Teodora... tudo ficou colorido e com cheirinho gostoso de bebê. Um livrinho em branco que começará a preencher suas páginas aqui. Agora a amiga foi embora e podemos curtir nosso cantinho em paz... só nós três. Olho pro lado e te vejo linda, dormindo na rede, enquanto Filozinha vela teu sono. E eu, vou me jogar no sofá cheiroso e tirar uma soneca também. Há muito amor aqui.

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Água de passar

Renato Russo diz em uma de suas letras que "é de noite que tudo faz sentido". E faz. Domingo à noite depois de um dia bem chatinho e insone, engomo uma pilha de roupas de bebê e dobro alguns lençóis que lavei ontem. Aí o pensamento vai loooonge... bem longe. Nada melhor que uma tarefa doméstica para passar e repassar vários fatos de sua vida. Pensei no meu parto, momento extraordinário da minha vida. Vez por outra um dado novo vem à mente, pois foram 12 horas de trabalho de parto e muita coisa não lembro. A"partolândia", como dizem, provoca uma certa amnésia. E ele estava lá. Lembrei da dor física que sentia quando ele me tocava. Será que me machucava mesmo ou era um reflexo de toda dor que me fez passar? Enfim... Retorno aos meus lençóis, agora cheirosos de água de passar. Eles irão perfumar todo o guarda-roupa. Lençóis de corações coloridos, meus preferidos. Lençóis que foram comprados com muito amor para embalar nossas noites de sono... Lençóis estes onde também fui traída. Sim, fui traída sob meus lençóis perfumados de água de passar. Fui traída na cama que acreditei ser somente nossa. Fui traída no quarto da casa que lutei pra ser nosso lar. E foi em um domingo que me disseram quando e com quem fui traída. Decepção. Não pelo o ato em si. Não de ser traída! Acho meio quadrado esse lance de fidelidade. Sempre levei comigo a ideia de que ninguém é de ninguém e sempre fiquei com outros caras mesmo namorando sério. Cumplicidade e verdade, isso sim vale! Mas o acordo dessa vez era fidelidade. Então assim o fiz, mesmo contra vontade. E ainda levei o título de traíra para justificar a pulada de muro perante as testemunhas, pode? Ai, ai... O mundo não foi feito para amadores. A única coisa que sei nesse momento é que devo economizar nas borrifadas que dou, pois o vidro está no fim e com essa crise financeira que passo, nem tão cedo irei comprar água de passar para lençóis novamente!

domingo, 6 de agosto de 2017

Manhãs Preguiçosas

Obrigada por permitir viver esse amor. Acordar hoje, com meu rosto colado ao seu foi a coisa mais gostosa dentre tantas que você me proporciona, minha pequena. Nossas manhãs preguiçosas são o que há de melhor no nosso dia. Já falei que te amo hoje? Sim, várias vezes... mas digo novamente: Eu te amo!!!


 "É tão singular
O jeito que me observa acordar
E o meu cabelo não parece te assustar
Você, incrivelmente, não se importa
Se eu te chutar a noite inteira

É singular
Tua vergonha e tua forma de pensar
O teu abraço que me enlaça devagar
E enfeita todos os meus dias e horas

É tão particular o meu encontro quando é com você
O meu sorriso quando tem o teu pra acompanhar
As minhas histórias quando você para pra escutar
A minha vida quando tenho alguém pra chamar
De vida

É tão singular
A habilidade que eu tenho em montar
Um arsenal de clichês pra te cantar
Na intenção de te fazer não esquecer
Que eu nunca vou parar de te chutar a noite inteira
Mesmo se você brigar
Eu te enlaço e não me permito soltar
Pro nosso nós não deixar de ser assim
Tão singular

É tão particular o meu encontro quando é com você
O meu sorriso quando tem o teu pra acompanhar
As minhas histórias quando você para pra escutar
A minha vida quando tenho alguém pra chamar
De vida

De vida
De vida
De vida"

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sábado, 5 de agosto de 2017

Quase...

Uma e pouco da manhã, quase duas... um corpinho se mexe nervoso ao meu lado; é Teodora pedindo mama. Nunca acordou chorando nesse intuito, apenas faz barulhos com a boca e vez por outra um chute ou um murro surgem como parte desse pedido. Prontamente me coloco colada ao seu corpo e posiciono o bico do meu peito cheio na frente dos seus lábios que freneticamente procuram uma melhor embocadura. Pronto! Segue-se mais uma mamada até soltar o bico e voltar a dormir. Ela nem ao menos abre os olhos. Já eu, estou de olhos bem abertos. São uma e pouco da manhã, quase duas... Um sentimento de incômodo repentinamente invade o meu peito. O barulho da rua me incomoda. Uma cólica chata insiste em aparecer. Calor. Ela mama.  Até a luz fraca vindo de um abajour parece me cegar. Por segundos, me sinto usada. Respiração fica ofegante. Um sentimento de impotência e solidão toma conta de mim. Fome. Acabei não tendo tempo de fazer nada pra comer. Ela colou em mim o dia todo como está colada agora. Saudade. Não sei de quê ou do quê, mas sinto. Tristeza. Companheira inseparável. Pego novamente no sono. Sem sonhos. Apenas a realidade. Talvez sejam duas, quase três da manhã, já...

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Vigília

 Nem sei o que é ser mãe ainda... Teodora tem somente 2 meses e 5 dias, mas já perco noites e noites de descanso velando seu sono. Desde que ela nasceu, ainda não dormi uma noite inteirinha sem me acordar e ver se aquele corpinho miúdo está bem, se está aquecida, confortável e principalmente, viva! Mesmo cansada, nada paga o sorriso banguela que recebo dela assim que acorda. Descabelada, amassada, azeda e linda. As melhores horas do dia: o acordar e o dormir. O chamego de abraçar um corpinho cheiroso e sentir sua respiração lentamente se acalmar... Ela, vez por outra abre os olhos pra ver se estou ali, pois sempre que pega no sono, escapo pra resolver alguma pendência que ficou: fraldas e roupas pra engomar. Mas volto correndo para os seus braços.

Hoje ela está dodói. Gripe. Estou exausta, pois no início da semana ela tomou as vacinas que mais judiam e dão reação. Vai ficar tudo bem, ela é forte. Ela saiu de dentro de mim. Minha amiguinha. 💞

Inspiração

"Quando uma MULHER toma a decisão de abandonar o sofrimento, a mentira e a submissão. Quando uma mulher diz do fundo de seu coração: 'Basta, cheguei até aqui'. Nem mil exércitos de ego e nem todas as armadilhas da ilusão poderão detê-la na busca de sua própria verdade.
Aí se abrem as portas de sua própria alma e começa o processo de cura. O processo que a devolverá pouco a pouco  a si mesma, a sua verdadeira vida. E ninguém disse que esse caminho seria fácil, mas é 'o Caminho'. Essa decisão em si abre uma linha direta com sua natureza selvagem, e é aí onde começa o verdadeiro milagre".

 Clarissa Pinkola-Estés

- Tu -

Teodora... "Pedaço de sonho que faz meu querer acordar pra vida"

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