sábado, 11 de agosto de 2018

Tudo

Meses, dias... Quase ano. As horas passam, o tempo também. Tudo corre veloz demais. O que estava fora do lugar, encontrou um novo para estar. O que estava suspenso, se acentou. O que era dúvida, virou certeza. Tudo volta a ser como era antes, mas de uma forma diferente. Leveza, força, atitude. Tá tudo certo!

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Menino


Ah, menino! Como sinto falta de você! Essa semana, depois de meses, me sufoquei com sua ausência. Ausência imposta pela vida que decidimos levar. Ausência imposta pelas escolhas que fizemos. Erradas ou não, mas que certamente nos fazem sofrer até hoje. Ah, que saudades tenho desse menino curioso, entregue nos seus propósitos, cheio de vida, de costumes simples e que amei desde a primeira vez que vi. Seus grandes olhos negros brilhavam e sempre me olhavam com admiração, curiosidade e medo. Eu sempre te acolhi com carinho, mesmo antes de tomar-te em meus braços e bradar ao mundo todo que eras meu. Ah, meu menino, hoje te vejo diferente do que fostes. Carregas um semblante cansado, um olhar reflexivo, ora implorante, ora perdido, corpo pesado pelas dores vividas e um ar de insatisfação e derrota. Tá difícil, né? É ruim ser uma casca ambulante irradiando felicidade, quando o interior é só tristeza, né? Ainda mais pra você, que sempre remoeu tudo sozinho, sem se permitir abertura pra ninguém. Nem imagino como é escolher carregar esse fardo sozinho. Ah, menino, menino! Pena que o tempo não volta. Pena não poder mais ver esse garoto aí, que com pouco, já fazia muito. Pena não teres mais esse jeitinho gaiato de conquistar com palavras dúbias, um risinho tímido, mas cheio de sedução. Te venero, menino. Pena que fostes pra um lugar sem volta, um lugar longe do meu coração.







segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

E aí?


E quando você chega nessa fase?

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Assim

Venha cá
E me abrace
Assim, como da primeira vez
Envolva-me nos teus braços
Respire fundo, junto comigo
Descanse sua cabeça nos meus ombros
Sinta meu corpo tremer
Feche os olhos e sinta meu coração pulsar

Venha cá
E fique aqui comigo
Assim, com pernas entrelaçadas
Suadas e quentes
Vamos ver o eclipse da lua juntos
Respire fundo, junto comigo
Sinta meus dedos nos seus cabelos
Desembaraçando todos os nós

Venha cá
E logo seu cheiro estará em mim
Assim, como ferro quente que marca a pele
Forte, intenso, marcante
Respire fundo, junto comigo
Permitindo que meu cheiro te marque a pele também
Sinta minha pele na sua pele
Levando me contigo aonde fores

Venha cá
E deixe de lado tudo que não nos apetece
Assim, como fora outrora
A vida cheia de vida que tivemos
Respire fundo, junto comigo
Apenas respire
Sinta
Juntos...

Juntos...

Juntos.















243 dias

Oito meses.
Oito meses de trocas, descobertas e amor.
Oito meses acordando com sorrisos.
Oito meses, com nove antes, sem bebidas, tinturas no cabelo, tatuagens, aventuras...
Oito meses vivendo o dia a dia de uma mãe. Mãe de primeira viagem. Mãe solo, sem pai pra ajudar.
Oito meses de amadurecimento dessa mulher aqui, que agora dorme e acorda cedo. Que, mesmo sem gostar, prepara suas quatro refeições diárias. Que deixa a casa sempre limpa e organizada. Que toma três banhos diários junto com você. Que vigia o seu sono e suas brincadeiras. Que corre pra te abraçar ao mínimo choro.
Oito meses que estamos juntas, mas parecem anos.
Oito meses de uma vida inteira que vem pela frente.
 Oito meses e já tens uma personalidade forte e encantadora. Totalmente diferente de mim.
 Oito meses e ocupa toda a cama, rouba todo o lençol e os espaços.
Oito meses que ocupa as vinte e quatro horas do meu dia.
Oito meses em que acordo todo dia com vontade de viver, apesar dos medos e incertezas que me rodeiam.


E sou feliz. E agradeço por ser minha. E já já irei te abraçar e dormir ao seu lado, passando minha mão pelos seus cabelos. É difícil escrever sobre você. É mais que simples palavras. Mas aqui está registrado. Pra mim, pra você e pra quem quiser ver. Te amo, minha pequena.


sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Bolachas com geleia

Morte e vida andam juntas. Amor e ódio também. Aprendi na arte que um completa o outro. Vi na vida que sim, um precisa do outro pra sobreviver. Aprender a odiar para que o amor não lhe mate. A vida é matéria pra arte. Metade de minha vida vivi na arte. Agora, minha vida será arte. Não ipsis litteris, mas será material humano pra minha arte. Humano. Que criação maravilhosa e falha!

"Se ano passado eu não morri, esse ano é que não morro"... Depois de relembrar dores do passado e uma rara crise de enxaqueca, assim penso. Enxaqueca. O nome já soa como algo que não é legal. Embrulho, sudorese, tremor, calor e frio. O mal estar quis sair pela boca, mas teimou em ficar aqui. Tentei administrar o corpo, como sempre fiz com a mente.

Minha pequena estava falante hoje... Também tentei administrar, mas ela é um pequeno ser ainda indomável. Maravilhosa. É por ela que minha arte vive. É por ela que não morri. É por ela que viverei. Estou bem, a enxaqueca passou. Será que me aventuro em uma caneca de chá e bolachas? Devo.  Minha geleia Queens, não ligth, de Morango... Cai muito bem com queijo processado e chá. 

Ano passado não morri... e foi o melhor ano da minha vida. Mas como? Simples... É vida! Quer coisa melhor na vida do que vida? Agora, licença pequeno diário ausente, preciso descansar porque mais tarde, há mais vida pra se viver!


sábado, 20 de janeiro de 2018

Adoração

TTTTTTTTTTTTTTTT
EEEEEEEEEEEEEEE

AAAAAAAAAAAA 
DDDDDDDDDDD
OOOOOOOOOO
RRRRRRRRRR
OOOOOOOO

TTTTTTTT
EEEEEEE
OOOOO
DDDD
OOO
RR
A



Te adoro, Teodora 💕

Reflexo

Hoje foi um dia incrível: pude finalmente me reencontrar no reflexo do espelho. Reencontrei aquela mulher cheia de vida, atitude, forte e decidida que havia perdido à um ano atrás. Me contemplei como nunca havia feito! Estava com saudades de mim.


A gente tem uma mania de subestimar e até duvidar de coisas que são óbvias. Quando estamos passando por algo turbulento em nossas vidas, ficamos cegos e incrédulos, nada é bom o bastante, nada é verdadeiro. A gente sabe que tudo passa, mas é tão difícil de acreditar quando se está no meio do furacão... Mas passa. Quando olho pra trás... Nossa! Ufa! Deixei minhas lágrimas de tristeza com o ano que passou. Hoje, minhas lágrimas são de emoção e amor pela minha filha. Agradeço cada ruga, cada cabelo branco que ganhei nisso tudo e agradeço a lição de vida e amadurecimento. Nossa! Sabe, seguir a vida sem se importar com nada? Pois é! Hoje sim, posso dizer que voltei a ser feliz!


quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Tempo

Tempo, senhor tempo
O senhor é quem diz
Quanto tempo tudo
Durará

Tempo, senhor tempo
Desculpas peço
por duvidar
do seu tempo

Tempo, meu tempo
Chegou o momento
O recomeço

As dores se vão
Ficam as flores
E os risos


quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Café com leite


Ele chegou. Ela ainda dormia o seu cochilo habitual. Ele, vindo da rua, esbaforido, suado, aproveitou esse hiato de tempo e comeu algo. Uma caneca de café com leite quente e uma rosca de goma. Foi o tempo dela acordar. Ele foi ao quarto para vê-la despertar. Silêncio. Ficaram se encarando por uns minutos. Dois pares de olhos negros, de longos cílios, se encontrando e se conectando. Ela espreguiçou, tirando um pouco da preguiça que fica após um cochilo. Esboçou um sorriso tímido para ele, que fazia graça para quebrar o gelo. Agora sentada, ela aos poucos ia se entregando às graças que ele fazia. Uma lágrima de emoção e saudade escorria dos olhos dele. Ela inclinava o minúsculo corpinho em direção a ele, sorrindo e por vezes gargalhando, mostrando interesse naquele ser barbado, assanhado e cheio de amor por ela. Pai e filha, juntos, um defronte ao outro, se curtinho, se reconhecendo nos traços que os une e que a vida teima em afastar. Ele ria e chorava ao mesmo tempo, incrédulo com tamanha entrega, aceitação e beleza. Sim, ela estava linda, radiante e interagia com ele como nunca em seus poucos meses de idade. Conversaram como se fossem velhos amigos. Talvez ele tenha finalmente entendido o que está perdendo ficando longe e da importância dela em sua vida. E ele rindo e chorando ao mesmo tempo.






terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Um dia nosso

Ah! Como é bom encontrar a paz nos teus braços, o conforto em sua companhia e a felicidade no seu sorriso. Você, minha pequena, preenche todas as horas do meu dia com amor. Do acordar mansinho, com a delicadeza da sua voz balbuciando baixinho os sons que futuramente serão palavras... O riso banguela de bom dia, acompanhada por um espreguiçar maroto de um corpinho todo amassado da noite. A companhia doce no café da manhã, fazendo careta com as colheradas de fruta amassada, o vislumbre quando assiste o desenho na tv, à festa no primeiro banho do dia. Manhosa, chorominga pedindo peito para embalar a soneca da manhã. O dia se torna noite no nosso ninho e adormecemos, juntas.

O dia continua, agora com colheradas da papinha gostosa que eu faço com todo esmero pra você. Cada colherada, um sorriso. Ah, como amo você! Mais um banho, agora juntinhas, pulando debaixo da chuveirada fria. Te abraço forte, para que o calor do meu corpo diminua o choque da água por vezes gelada. Canto, danço... você sorri. Te cubro de beijos, aproveitando o frescor da sua pele molhada. Como você é linda, minha menina! E entre uma soneca e outra, cuido de mim, cuido do nosso cantinho. Lavo, passo, arrumo, limpo... Mas sempre me permito tirar um cochilo ao seu lado, sem hora pra acordar, como se o mundo lá fora não existisse.

A noite chega e sempre escapamos pra casa da vovó, onde vejo o amor que sinto por você sendo compartilhado por outros braços. Todos amam você e você retribui sempre com um sorriso ou uma carinha marota. Não é de chorar, não é de estranhar ninguém. Me admiro com tamanha entrega! Quando o cansaço bate, a gente volta correndo pro nosso lar. Me pego cantando e dançando debaixo do chuveiro mais uma vez, explodindo a última gota de energia que me resta. E nos entregamos ao sofá, abraçadas até o sono chegar. Perco o filme, perco o último capítulo da novela, mas não perco esse momento lindo que é te colocar pra dormir. Você cola em mim, me agarra e mama até adormecer... Nossa, como te amo! E a cada afago que dou em seus cabelos, te amo mais e mais. Perco por vezes o fôlego de tanto amor!

Nunca meus dias foram tão lindos, nunca havia sentido um amor como esse, nunca a minha vida foi tão linda... Cuidar de você é incrível. Ser mãe está sendo incrível! Existe a dificuldade, o cansaço e às vezes, a solidão, mas nada como um sorriso seu pra curar tudo isso. Cuidar de você é fácil, meu bebê. São momentos nossos... somos duas, mas também somos uma só. Somos amor, muito amor. Obrigada por me amar intensamente.

Um dia, poderá ler isso. Te amo. Mamãe.











sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

E quando alguém se vai...

... a gente abre mais uma vez o livro da reflexão. Uma pessoa linda se foi hoje, prematuramente. Era cheia de vida. Vida... ainda tenho uma inteira pra viver. E por diversas vezes desejei acabar com ela. Aí você se depara com a morte de alguém de uma forma tão inesperada, dolorosa e lenta. É cruel, mas a vida nem sempre tem o cuidado de nos poupar. O que resta é agradecer todos os dias, pelo bom e pelo ruim que ela nos dá e seguir, tropeçando, caindo, levantando, mas sempre seguindo. E sigo. Estou aqui. Estou bem. Lúcida. Ainda buscando algo. Um dia encontro.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Vinte minutos

Finalmente estendo roupas lavadas horas atrás, quando o sol ainda esquentava o quengo... Um cheiro bom de café fresco vem com o vento! Fome de comer algo que não está pronto. Poderia fazer, mas tempo não teria em me dedicar a tal ato, tampouco de saborear sossegada o prato quente. Nem tempo de comer um bem-casado me resta. Comecei a devorar um pacote de Samanta, biscoitinhos crocantes com açúcar, mas deixei o pacote pela metade. Ainda penso no prato quente. Sacos e sacos de lixo amontoados a dias esperando serem colocados na rua! Preciso fazer isso hoje. Amanhã é dia de lixo! Lixo... é onde tenho vontade de jogar todas as minhas roupas que foram lavadas e agora estendidas. Perdi o último capítulo da novela. Ela está sôfrega com a chegada dos dentes e não me deixou sair do seu lado. Colou seus pequenos e macios lábios nos meus seios e usou-os até cair no sono. Ela é prioridade na minha vida, o último capítulo da novela que acompanhei durante meses, não. Queria morrer de amor nos braços de alguém. Sexo seria bom, com homem ou com mulher. Queria me acabar em um prato de macarronada quente. Estou sozinha. Estou cansada psicologicamente. Não há resposta, não há contato, não há interesse, nada! O cheiro do lixo entulhado me incomoda. As muriçocas também. Vendo mais um amigo ficar famoso na tv. Tenho vinte minutos apenas até o próximo choro.  

domingo, 7 de janeiro de 2018

Iniciado, lembrado e retirado

Munida novamente de caneca com leite e Corn Flakes. Uma verdadeira salvação noturna para se matar a fome rápido e sem fazer alarde. A baby não me interrompeu dessa vez. Dorme tranquilamente. Ufa! Mas não foi disso que vim falar. Vim deixar registrado aqui algo que me afetou muito anos atrás e que certamente afetaria várias pessoas hoje se o propósito fosse colocado em prática. Vim deixar registrado como um ato impensado, impulsivo, inconsequente, pode destruir vidas, sonhos... pode destruir uma família.

Anos atrás, durante uma viagem de trabalho, um amigo usou uma crise existencial minha para tirar algum proveito. A vulnerabilidade humana é sedutora para alguns. Eu era uma garota que adorava desafiar as pessoas e ver até onde elas iam. Bêbada, mais ainda. Desafiei, mas não paguei pra ver!  O que eu tô fazendo? Ele era comprometido à muito tempo com uma também amiga minha. Não queria me comprometer com nada, pois não temos controle nos sentimentos das pessoas e nem nos nossos. Claro que seria uma bobagem, pegação apenas, mas vai saber, né? Assunto encerrado, esquecido, enterrado.

Anos mais tarde, em outra viagem de trabalho, durante um show, esse mesmo amigo me toca de uma forma estranha. Opa! Meu sexto sentido sente cheiro de confusão. Ele comenta sobre o ocorrido de anos atrás. – Pra que esse assunto agora? – E se eu havia comentado com alguém. – Sim! Contei pro meu namorado! – Fiquei receosa com o cerco, pois poderia despertar curiosidade dos demais que estavam conosco. – Não! Você é casado com minha amiga e vocês têm uma bebê recém nascida.  Pense na sua filha. Converse com sua mulher e resolva-se com ela e não comigo! E outra, estou muito bem no meu relacionamento, não tenho por que me aventurar! – E a noite seguiu com insistências, torpedos e batidas na porta do quarto do hotel. Salva pelo cansaço. Assunto encerrado, esquecido, enterrado. Será?

Anos mais tarde, durante uma viagem de trabalho também, voltando de um bar, esse amigo novamente sinaliza com um beliscão que vai ter trêta. Respiro fundo e me preparo pra batalha que viria a seguir. O que ele quer agora, meu Deus? Para o meu azar, a porta do meu quarto na casa onde havíamos alugado para passar a temporada, era o único sem chave. Ele adentrou, mesmo eu protestando veemente o ato de violação da minha intimidade, mas nada pude fazer. Dali, seguiu-se horas de tentativas para que eu dormisse com ele. Não tenho como escrever tudo que foi dito e insinuado, é um tanto grosseiro até. Ameacei gritar, bater, sair dali, tudo! Mas ele estava focado em conseguir o que queria, me enchendo de satisfações, como se eu tivesse direito a elas... Enfim. Eu só pensava em três coisas: sair daquela situação desconfortante, na mulher dele que, além de ser minha amiga, estava com uma bebê de meses e vivendo um momento de extrema vulnerabilidade e no meu namorado, no qual havia jurado fidelidade e que certamente iria ficar furioso quando soubesse. Até concordei com os argumentos que ele expôs para tal ato, a famosa pulada de cerca. Mas não seria comigo que colocaria em prática. Não me cabia tamanha responsabilidade. E se algo saísse do controle? Quando se mexe com sentimentos, momentos delicados vividos por pessoas, tudo pode acontecer. Ele estava extremamente desconcertado com a chegada da filha. A maioria dos homens não digerem bem esse momento onde a mulher é protagonista. Natural sentir-se sozinho, confuso, com desejos não supridos e medos. Mas ele deveria se resolver com a mulher dele, e não comigo. E se ele se apaixona por mim? E se eu por ele? A dimensão que um ato inconsequente poderia tomar? Eu ia ser cúmplice da destruição de uma família que estava nascendo! Eu ia deixar marcas profundas na minha amiga pela dupla traição e por consequente na filha deles que iria crescer em um lar sem pai, talvez ausente! Muito sério tudo isso. Argumentei e expus de todas as formas o que tudo isso poderia causas a todos nós. Eu iria perder dois amigos e ia mentir pra pessoa mais importante da minha vida onde só prometi verdades. Estava firme no meu relacionamento e pronta pra formar uma família. Jamais desejaria que fizessem isso comigo. Mas ele estava irredutível. – Ok, eu durmo com você, faço tudo que você quiser, mas farei com nojo e assim que  terminarmos, vou sair por aquela porta e contar pra todo mundo o que a gente fez, principalmente pra sua mulher e pro meu namorado, que já queria quebrar a tua cara desde  o episódio passado. E nunca mais vou dirigir uma palavra a você, por me desrespeitar dessa forma! Tu vai morrer pra mim. Quer se divertir, procure uma prostituta, pois esse é o trabalho dela, de dar alento para homens fracos que nem você! Devias estar ao lado da sua mulher, que certamente está precisando de você nesse momento. É pra ela que você deve satisfações, não pra mim! – Enfim, consegui fazê-lo entender e ele saiu completamente envergonhado por ter me proposto algo tão perigoso. Me agradeceu horas depois e disse que o assunto estava encerrado, esquecido e enterrado. Ufa! 

A gente passa por cada uma nessa vida... Até parece filme! Tudo está no limiar de dar certo ou errado. Uma atitude pode mudar tudo. Uma palavra pode mudar tudo. Um sim, um não. É ter sensibilidade com o mundo, com o que está em volta. Mas nem todos têm essa maturidade. Só o tempo faz com que a gente fique melhor, ou pior, claro! Se depois disso estou melhor ou pior, não sei. Sei que hoje, estou diferente, pois passei pela mesma situação que anos atrás lutei para não ser a causa de algo tão triste. Sabe o desejo de nunca passar por isso? Pois é, passei. Hoje, minha filha cresce em um lar sem pai e ausente.



  

















  



sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Mais do mesmo

Meia noite e pouco e uma leve fome me incomoda... Cato umas migalhas de Corn Flakes, ensopo com leite condensado e leite. Perfeito! Era tudo que eu precisava. Misturo tudo em uma caneca de ágata vermelha. Levo a colher em direção a boca. Ouço um grunido vindo da cama: ela acordou. Droga! Bem na hora em que eu ia me divertir um pouco. Penso: se eu deixar a caneca de lado, os flocos de Corn Flakes ficarão moles com a ação do leite e virará uma papa! E ela não vai deixar que termine de comer sem começar a chorar. Então, a única solução é dar a mama comendo meu Corn Flakes! Respiro fundo e me ajusto de forma conseguir fazer os dois atos ao mesmo tempo. Sou craque nisso! Ela mama e eu como... De repente me bate uma melancolia, uma vontade de morrer. Faz uns dias que estou apática, sem fome e sem sono, vivendo em modo automático. Banho, fralda, comida, peito, soneca, fralda, banho, comida... Mais do mesmo. Ninguém cuida de mim, penso. Talvez esteja entrando em uma depressão pós-parto. Sim, ela pode aparecer ao longo do primeiro ano do bebê. A minha, tem sete meses apenas. Termino meu sucrilhos, ela volta a dormir nos meus braços e tudo volta a ficar bem. Ela é linda! Por um lado, é bom estar nisso sozinha. Me cansaria em demasiado cuidar de duas pessoas. Até por que passei meus últimos anos cuidando de um alguém que nunca cuidou de mim. Imagine ter que cuidar da minha filha e dessa criatura agora? Enfim. A primeira semana do ano está acabando, e a avenida anda muito barulhenta a essa hora.

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Cíclico

Desde que a geladeira queimou, não uso mais o botão de degelo que faz com que ela descongele sozinha e volte a funcionar automaticamente após o degelo completo. Voltei a desligá-la da tomada e aguardar que o tempo se encarregue disso. Ontem foi o primeiro dia do ano e como no ano passado, me peguei limpando a geladeira. Coincidência ou não, fiquei levemente pensativa com o fato se repetir.

Há um ano atrás, durante este mesmo processo de limpeza, fui interrompida por um choro e descobri um fato que mudaria o rumo da minha vida: estava perdendo o amor da minha vida para outra pessoa. Grávida, compreendi e acolhi aquela dor. Foi um erro, pois minha compreensão teve consequências profundas que me doeram muito. Hoje, durante o mesmo processo de limpeza, sou interrompida por um choro: corro para ver minha filha que acorda. Mãe, a acolho em meus braços e dou lhe de mamar. O amor da minha vida resolve não dormir mais e fica balbuciando palavras, sorrindo, me fazendo sorrir também e esquecer das dores do passado.  

E mais um ciclo se fecha.