terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Estar órfã

Depois de toda essa tempestade que minha vida se tornou, as coisas começam a entrar nos eixos. A rotina fala por si só. Adoeci. Maldita rinite alérgica! Me colocou de cama e me impediu de dar asas às minhas vontades de um fim de semana. Viver. Viver cada vez mais. Aproveitar cada momento, cada segundo novo que me é apresentado. A partir de agora tudo vai ter um outro significado. Até a ida ao supermercado teve um outro significado: antes, tudo era pra nós, era pra dois. Era pra mim e pra ele. Gostos que compartilhávamos e que aprendemos a compartilhar. O que era um programa íntimo nosso, de escolhermos aquilo que nos alimentaria e nos faria sobreviver juntos, se resumiu a minha pessoa, apenas. Tudo que era pouco pra nós dois, se tornou muito pra mim. Por que só fazem caixas de leite de 1 litro? É muito pra uma pessoa só. O pacote de pão estragaria antes mesmo de chegar ao meio. É muito pra uma pessoa só. Tudo agora é muito pra mim. O que era pra dois, não será mais. Por uns instantes, me senti órfã, sozinha neste mundo. Escolher viver só é um tanto egoísta. Pensar somente em si também. Mas assim é a vida. Várias e várias pessoas ficando órfãs pelo mundo. Abandonadas e com o coração desfeito. Ainda estou doente e com vontade de viver. Só me resta descansar até tudo isso passar!

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