segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Menino


Ah, menino! Como sinto falta de você! Essa semana, depois de meses, me sufoquei com sua ausência. Ausência imposta pela vida que decidimos levar. Ausência imposta pelas escolhas que fizemos. Erradas ou não, mas que certamente nos fazem sofrer até hoje. Ah, que saudades tenho desse menino curioso, entregue nos seus propósitos, cheio de vida, de costumes simples e que amei desde a primeira vez que vi. Seus grandes olhos negros brilhavam e sempre me olhavam com admiração, curiosidade e medo. Eu sempre te acolhi com carinho, mesmo antes de tomar-te em meus braços e bradar ao mundo todo que eras meu. Ah, meu menino, hoje te vejo diferente do que fostes. Carregas um semblante cansado, um olhar reflexivo, ora implorante, ora perdido, corpo pesado pelas dores vividas e um ar de insatisfação e derrota. Tá difícil, né? É ruim ser uma casca ambulante irradiando felicidade, quando o interior é só tristeza, né? Ainda mais pra você, que sempre remoeu tudo sozinho, sem se permitir abertura pra ninguém. Nem imagino como é escolher carregar esse fardo sozinho. Ah, menino, menino! Pena que o tempo não volta. Pena não poder mais ver esse garoto aí, que com pouco, já fazia muito. Pena não teres mais esse jeitinho gaiato de conquistar com palavras dúbias, um risinho tímido, mas cheio de sedução. Te venero, menino. Pena que fostes pra um lugar sem volta, um lugar longe do meu coração.







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