sábado, 5 de agosto de 2017

Quase...

Uma e pouco da manhã, quase duas... um corpinho se mexe nervoso ao meu lado; é Teodora pedindo mama. Nunca acordou chorando nesse intuito, apenas faz barulhos com a boca e vez por outra um chute ou um murro surgem como parte desse pedido. Prontamente me coloco colada ao seu corpo e posiciono o bico do meu peito cheio na frente dos seus lábios que freneticamente procuram uma melhor embocadura. Pronto! Segue-se mais uma mamada até soltar o bico e voltar a dormir. Ela nem ao menos abre os olhos. Já eu, estou de olhos bem abertos. São uma e pouco da manhã, quase duas... Um sentimento de incômodo repentinamente invade o meu peito. O barulho da rua me incomoda. Uma cólica chata insiste em aparecer. Calor. Ela mama.  Até a luz fraca vindo de um abajour parece me cegar. Por segundos, me sinto usada. Respiração fica ofegante. Um sentimento de impotência e solidão toma conta de mim. Fome. Acabei não tendo tempo de fazer nada pra comer. Ela colou em mim o dia todo como está colada agora. Saudade. Não sei de quê ou do quê, mas sinto. Tristeza. Companheira inseparável. Pego novamente no sono. Sem sonhos. Apenas a realidade. Talvez sejam duas, quase três da manhã, já...

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