segunda-feira, 24 de abril de 2017

Não Re(Conheço)

Fazendo tentativas de voltar a viver uma vida "normal", me permito às vezes sair desse casulo onde me propus ficar. Estar grávida nunca deveria ser uma desculpa para me esconder do mundo, mas acabo usando mesmo como desculpa para justificar outras desculpas! Com a proximidade do oitavo mês de gestação, fica mais e mais difícil se locomover ou se aventurar em algo. Mas é preciso! Depois que a bebê nascer, vai ficar cada vez mais raro socializar. Não serei uma mulher solteira... serei uma mãe solteira! Serei um kit: conquiste a mãe e leve uma filha de brinde.

Percebi que me expor como uma pessoa que está afim de um novo lance amoroso tá complicado! Fico constrangida ao menor interesse alheio, seja de mulher ou de homem. Quando saio, me produzo, me enfeito toda, mas não consigo irradiar nada. Meu olhar é sempre baixo e tímido. Até me interesso, mas não avanço. É como se tivesse me traindo... Acho que desaprendi a paquerar, desaprendi a ser eu. E isso não tem nada haver com a gravidez! Nada!

Virei mais uma chave da minha vida, mudei mais uma vez, me tornei menos do que eu era e cada fato novo vai me tornar menos ainda até eu sumir. Minha confiança foi abalada mais uma vez e apesar de lutar sempre, nunca se volta a ser como era. O que as pessoas veem como fortalecimento, estou vendo como fraqueza. E é isso! Não tenho como mudar. Sou outra pessoa e não gosto dessa pessoa que me tornei.

Encontrei um certo ponto de equilíbrio, um estado de embriagues que está me fazendo seguir sem fortes emoções. Acho que morri e ainda não percebi. Tudo continua tão perdido, tão sem cor... Mas não é ruim. É estranho e triste.

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