quarta-feira, 6 de maio de 2009

Oceano de Pedra

20 horas e 10 minutos...
No claro da noite escura, a cegueira proposital me incomoda: óculos escuro! Estou sentada num banco da pracinha em frente a Igreja de Fátima... Na aparente indiferença dos transeuntes, estou em grande exposição e rodeados de sinais de curiosidades, pois nesta ação estão mais sete pessoas.
"Vocês estão tão bonitinhos!" diz uma mulher nos entregando os seus panfletos.
Da interferência externa muito barulho, movimento, olhares desconfiados; na minha interferência interna, sinto um leve desconforto.
"Isso é um protesto?" pergunta-nos um senhor.
A rua me dá medo e curiosidade. Ao olhar para a cruz no topo da igreja por um momento cheguei a me perder naquela imensidão. Mas era somente uma praça. Tenho a ânsia de me apropriar desse lugar.
Os óculos, que a pouco me incomodava, não incomoda mais... mas me priva de ver profundamente a essência da rua, suas belezas mais escondidas...
20 horas e 42 minutos.
Para mim a rua se iguala ao oceano: é perigoso, misterioso, encantador e por mais sábio, mais viajado e mais experiente marinheiro você seja, jamais, em sua vida, conseguirá desvendar seus segredos e navegar por seu total território!

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